quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Tenho que desejar um Feliz Natal às pessoas (e repare-se que é só às pessoas), porque a janine mandou e eu escrevo o que ela quiser!
És tola, fazes-me feliz:)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Quero-te bem



"Manhã cinzenta faz-me chorar
A chuva lembra o teu olhar..."
Hoje não choveu,
E a manhã não foi cinzenta.
O sol brilhou, senão em calor, pelo menos em luz,
E o céu não teve a subtileza de esconder o seu azul!

Queria saber-te melhor que eu
Mas não te sei de toda maneira
E revolta-me este tempo que não me descreve
Revolta-me o tempo que não se compadece de mim...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

E a Alma permanece...

É ao correr da pena
Que as lágrimas escrevem
O que a gargalhada esconde
E as memórias temem

A ti, meu avô
Dedico o meu pensamento
Para que de ti não me esqueça
Desafiando o meu tormento.

Ensinaste-me que a Terra era redonda
O quão feio era mentir
O valor da Verdade e da Honra
O quão bom era sorrir!

Rejeitaste a vaidade
Intoleraste a intolerância
Proclamaste a piedade
Combateste a petulância.

Escondeste todos os medos
Sofreste sozinho horrores:
Por outros darias a vida
Por outros afundaste-te em dores!

Quanta foi a minha impaciência
Quantas vezes contigo gritei
Agora que te recordo com franqueza
Sinto o quanto te amo, o quanto te amei...

Quem dera poder voltar atrás
Abraçar-te novamente
Acariciar a tua cabeça
Encher-te de beijos, ver-te contente

Muito do que sou, a ti devo
Dia-a-dia cumpro meu caminho:
Pulsa em mim teu exemplo
Sinto em mim teu carinho!

A ti, Abel, filho sofrido
Faço esta breve homenagem
A um pai amigo
A um avô de coragem!!!

Onde quer que estejas...Parabéns, de ti nunca me esqueço!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Amor em Paz

"Eu amei
E amei ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que eu iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei
Em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quanto se desfaz
O amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz."


Tantas vezes me imaginei ao lado de Tom Jobim e Vinicius Moraes, meninos de palavras simples e melodias complexas, seduzem a minha alma e conquistaram o meu coração, mesmo quando eu não entendia o que eles queriam dizer... A vida de todos e a vida de ninguém está presente em toda a sua obra, só é pena não serem imortais! Deixo só uma impressão digital, das milhares que povoam este mundo, destes dois amigos, destes dois poetas, destes dois músicos, destes que podiam ser qualquer um de nós, mas não são: ninguém poderia ser Tom, nem Vinicius, só eles! Fica a homenagem....
Aconteceu? Ainda não...

domingo, 11 de novembro de 2007

Destino-me

"Desejo que sejas feliz"
Desejo tão utópico, quanto inútil...Não desperdices essas energias com ninguém!
Quando se deseja, mesmo o que parece impossível, deve-se acreditar no que se deseja...

Todos seremos felizes
Todos somos felizes
Todos seremos infelizes
Todos somos infelizes
Na maior parte do tempo,
somos, simplesmente!
Em absoluto, somos...nem felizes nem infelizes...somos...

Mesmo que vás, mesmo que fiques, por muito doce que pareça ser feliz e infeliz junto de ti
serei sempre feliz e infeliz...
Na tua ausência, na tua presença, permanece a inevitabilidade do meu ser comigo...
No teu sorrir, no teu chorar, a minha cabeça continuará nas suas fantasias inúteis à procura de nós...

Nesta busca incessante, o que prometi a mim mesma, o que quero que te prometas, é que não procures a felicidade...ela aparece-te e desaparece-te caprichosa em si mesma, obscura na sua essência, louca no seu pulsar, sabendo que não existe em permanência e durabilidade, apenas brinca com as tuas ilusões para jamais ser ignorada...

Não a procures ela vem e vai...
Do mesmo modo que eu...um dia cheguei...
num outro qualquer dia já não estarei...
enquanto estive gostei!**

Liga-me...mas não me procures...

domingo, 4 de novembro de 2007

Pode acontecer...

"...a gente caminhando
De mão dada de qualquer maneira
Eu quero que esse momento
Dure a vida inteira
E além da vida
Ainda de manhã
No outro dia
Se for eu e você
Se assim acontecer..."

Adriana Calcanhoto

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tempo de Mudança...

O ciclo está oficialmente terminado...
Reingresso para um novo tempo...

As feridas estão saradas...
A dor já não se sente...não porque doí demais, mas porque deixou de doer...
Inspiro um novo tempo...

Os rostos são outros...
Os afectos regressaram...
Os Amigos, esses vieram, comungar do novo tempo....

Como dantes,
Como sempre,
Junto a mim...
Rindo,
Chorando,
E tudo acabou e recomeçou numa festa LINDA:)

Neste novo tempo,
O impagável permanece,
O dispensável desvanece...
Chegou o novo tempo...tempo de mudança...

Sorrio outra vez,
Por vocês,
Com vocês,
Por mim,
Comigo...
Obrigada!!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Disparato!

Fala-me dos teus porquês...
Diz-me até onde voa a tua alma...
Explica-me quando o medo te tolda a voz!

Será possível buscar entendimento de tudo o que acontece?
Quando deve parar a dor?
Quando teremos por inquilino a felicidade outra vez?
Porque não sinto saudades tuas?
Porque outros me movem que não tu, quando jurei sobre minhas lágrimas que ninguém ocuparia o teu lugar?
Porquê que a tua morte resolveu dar lugar a outra possibilidade de sofrimento?

É verdade...tenho pânico de sorrir...parece que sorrir tem um preço que eu não quero mais pagar!
Estar bem é bom...estar bem só comigo com um amigo...é bom, sabe a estar bem...
Disparates nocturnos não me deixam dormir...

domingo, 14 de outubro de 2007

Sonhar...

"Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão

Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu deixei
Por meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível
chão!"


Na voz de Maria Bethânia, uma composição de Chico Buarque e Ruy Guerra...um lema de vida, de luta e de sonho:) Como é bom estar, simplesmente, bem!!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Vai um café?

Inocentes gestos
traduzem uma mudança radical na vida de quaquer um...
Um olhar mais intenso,
Um gesto mais intímo e fazem parte de nós novas vidas!

A surpresa não acaba assim
quando menos se espera tudo se destroí e é preciso reconstruir...
A alma, o coração,
Mas o mais caro é mesmo a Esperança!

Um cuidado extremo
nos é exigido nos pequenos gestos do dia-a-dia...
Pessoas que arrasam,
Pessoas que não respeitam, não gostam cuja função é demolir!

Atente-se a cada atenção
Cada ternura desperdiçada em longas vinte e quatro horas...
Pense-se duas vezes antes de dizer
"Vai um café?"...

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Menina dos meus olhos



Era uma vez uma menina dos contos que começam por "Era uma vez". Tal como as meninas desses contos, a menina deste conto nasceu e era linda de olhos de azuis, cabelo bem loiro e cheirava a cor-de-rosa! Os olhos dela ansiavam o Mundo de forma fácil e avassaladora...quase fora menina da liberdade, da revolução, mas acabou por ser menina da Coragem...

Foi crescendo e era mandona, acreditava na ordem das coisas e na perfeição, punha todos em sentido e ninguém se atrevia a dizer não! Os olhos esses nunca deixaram de ser azuis, passaram a ser mais do que a ordem das coisas permitem e ela foi sendo ultrapassada por aquilo em que acreditava...os olhos que continuaram azuis, eram por vezes verdes, outras vezes cinzentos e até lilázes, tornou-se menina das Sensações...


Foi subindo as escadinhas da vida, entrou em sentido para a escola primária, continuava igual a si mesma, como uma energia que transbordava aquele sorriso malandro de quem está sempre pronta a fazer uma asneira, a desafiar adultos e crianças e a bater nos meninos que tanto a temiam, tornou-se menina das Aventuras...


Num pulo, num segundo e sem me pedir licença, já tinha 10 provações, ja pintava as cores do mundo, já dançava as notas de uma qualquer melodia! Com a maior das graciosidades tornou-se menina das Artes...


Um dia, enquanto nos afogávamos no nosso egoismo, enquanto eu parti desplicentemente, ela perdeu o seu caminho e quase se afundou, quase nos deixou! Com a força da dor tornou-se menina do Desespero...


Depois ergueu-se, quando a desesperança era nossa companheira, acenou e voltou a sorrir ao sabor de gelado de chocolate e reencontrou o caminho de outrora, menos menina, mais mulher no fundo uma menina-mulher! Com todo o fulgor tornou-se menina da Esperança...


Subitamente, cresceu e decidiu!! Tornou-se Estudante, estudante daqueles que vestem preto e orgulho de curso da alma, Estudante de Armas e Bagagens e, contra o esperado, de gravador na mão para responder a ansiedade que nunca abandonou os olhos seus! Deixou de ser menina, a menina do meu colo, e foge de mim sem eu querer...! Com todo o seu esforço tornou-se mulher do seu Destino...


O que esta menina desconhece é que durante todo o percurso que já foi, que é e que virá nunca deixará de ser a Menina dos meus olhos!!


Os meus Parabéns Caloirinha Jornalista dos olhos de quem te ama, mais do que a própria vida:)








quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Enquanto for só ternura de Verão...


"Um caso a mais
Enquanto foi só um bom momento deu
Enquanto foi só um pensamento meu
Deus, deu só num caso forte a mais.

Enquanto se achava graça ao que se escondeu
E a horas eram mais longas do que a verdade
Fez p'ra ser só outro caso mais.

Enquanto for só ternura de Verão
Eu vou,
Enquanto a excitação der para um carinho
Eu dou.

Traz
Uma leveza
Ah, mas concerteza
Eu dou
Um outro melhor bom dia.

Já trocámos nortadas por vento sul
Enquanto demos risadas foi-se o azul
Nem sei qual deles foi azul demais.

Mas não ficará só a sensação de cor
Nem sei o que o coração irá dizer de cor
Se o Inverno for, depois, duro demais."


Trovante
Porque há coisas que nunca deviam conhecer fim,
fica a homenagem!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Se pudesses saber...e eu conseguisse explicar!

Os olhos são doces
As mãos invenção
E o sorriso é tão rasgado
Que não cabe no coração

A imaginação é o lema
A gargalhada a canção
O mundo é cor-de-rosa
"Sou eu que tenho razão!"

Não entende quem é
Não entende que transforma
Caminha e não se vê
Ao mundo vai dando forma

E pudesse eu explicar
Fazer-te entender
A dádiva que és...
Não me vais perceber!!

Imaginasses tu quem és
O poder do teu jeitinho
Nesse teu saber chegar
Assim tão bem...de mansinho...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Francamente saudades...

Se eu pudesse voava para vos ouvir daquele jeito so vosso outra vez...aquece a alma...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Parto rumo à maravilha...

Rumo à dor que houver para vir...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Agricultor de Palavras

"Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada."
Miguel Torga

Um testemunho, uma impressão digital, uma memória, uma dádiva do Homem, do Médico, do Humanista, do Escritor, e do Poeta, que com tanta propriedade foi Poeta e por isso mesmo ainda o é!

No dia 12 de Agosto "celebrou-se" o centenário de Adolfo Correia da Rocha, que se reinventou a si mesmo conduzindo-nos a Miguel Torga...este facto parece que foi olvidado por muitos e descuidado por outros que não tinham esse mesmo direito e que por isto mesmo incumpriram, mais uma vez, nos seus deveres. O Sr. Primeiro-Ministro José Sócrates, e respectivo Governo tão conhecidos pelas suas mentiras e ultrajantes poses de respeito e seriedade (também conhecidas como "Pose de Estado!") decidiram ou não decidiram, simplesmente ignoraram o facto. E com tanta displicência que atingiu directamente quem, teimosamente, insiste em acreditar que existe o mínimo exigível a quem desempenha tão nobres funções...

Sublinhando o facto que não sou do governo nem da oposição, deixo, para delícia de alguns (aqueles que não se embevecem com o fenómeno Sócrates, ao qual antecedeu o fenómeno Zé Maria com consequências infinitesimalmente menos graves) palavras de outro poeta, curiosamente deputado do PS. Diz então Manuel Alegre ao jornal Público:
"Miguel Torga é sempre uma referência, não apenas de Coimbra, mas de Portugal. E faz muita falta a Portugal, neste momento em que, mesmo aqueles que têm grandes responsabilidades intelectuais, parecem duvidar daquela que é a mais velha nação da Europa ocidental"

Talvez com este enquadramento se entenda, porque dedico parte das minhas palavras a este assunto...não se trata de criticar por criticar, trata-se de cuidar e enaltecer quem o merece, pelo o legado e pela cultura...

E agora que já me enervei com o assunto passo a dizer o seguinte: o actual Primeiro-Ministro, não mente mais que os outros, é apenas mais descarado! Queria muito ser engenheiro e foi assim mesmo nesse espírito que "fez" o "curso"; pois bem se a notoriedade, pela conclusão de um curso, seja ele qual for da maneira como for, é tão importante para o Sr. Engenheiro José Sócrates, que fique registado que Adolfo Correia da Costa tinha Dr. antes do nome: era médico! Acresce que também trabalhou no sector primário, enquanto Miguel Torga era o inestimável e sabedor Agricultor de Palavras, o Poeta...

Não é um como qualquer outro, é uma marca Lusitana, salvou vidas e almas e continua a salvar almas...tenha vergonha Sr. Primeiro-Ministro, e, já agora, o seu Governo também....ou será necessário que o próprio Miguel Torga lhe escreva uma Súplica!

domingo, 12 de agosto de 2007

Convicção...

Não fales do meu jeito
Não fales do meu sorrir
Nem do meu olhar
Não fales da minha pele
Não fales do meu cheiro
Nem das minhas mãos
Não fales do meu respirar
Não fales do meu toque
Nem do meu beijo
E, por favor, não digas que sou bonita
Em momento algum digas que sou bonita

Todas as frases que te ensinaram
Todos os sítios conhecidos e revisitados
Todos os gestos e momentos mais que vividos
Todos os dizeres gastos de tanto uso
Todos os "fazeres" já enervantemente repetidos
Todos os beijos, todos os abraços, todos os enlaços decalcados em tantos outros...todos os "amo-tes"... nem te atrevas a dizer assim que me amas...sem a dignidade de uma letra maiúscula, tal como um ateu fala de deus...

Tudo o que nos pertencer tem de ser novo, em nada semelhante aos que nos antecederam e aos que nos irão suceder, porque a minha natureza é selvagem, eu sou inteira e vivo assim diferentemente do que algum romance algum dia te poderá ensinar... porque em nenhuma mulher encontrarás uma igual a mim, é de mim, discorre de mim, é-me inerente a realidade de nunca preencher uma personagem-tipo...

Aviso-te que não será nada fácil...os dias não vão ser todos de felicidade, muitos serão os dias desesperantes e infelizes que viverás comigo, mas nos dias felizes nem vais conseguir acreditar que é possível viver assim, e o teu coração vai disparar e a tua respiração não te vai acompanhar...simplesmente porque não dá para ser de outro modo...

Independentemente da vida que te espera, e daquelas que me sucederão, a lembrança de mim, de ti, de ti comigo e de nós e da nossa história perdurará, pelas suas inconstâncias, pela sua intensidade, porque nunca será uma comunhão de estabilidade...desconheço o seu significado e ela nunca fará parte da minha vida não preciso dela e não a quero...
Vais-me culpar porque nunca mais teres sorrido daquela forma, por nunca mais te teres deixado dominar pela paixão, por nunca mais "gargalhares" de uma felicidade despida de qualquer conceito exterior ao que simplesmente sentes, por não encarares de novo a vida com o nosso optimismo...mas não me vais acompanhar e não vais aguentar...apesar de nenhum projecto ser tão viável e nenhum Amor tão real...

Aí tu não vais querer mais, e não sejas complacente comigo porque eu nunca serei contigo, manda-me embora...e eu vou sem nunca mais voltar (a olhar) para trás!



sábado, 14 de julho de 2007

Fim

Saiu, sem hesitar, sem olhar para trás, o calor do sol pareceu-lhe mais gelado de qualquer amanhecer invernal que algum dia presenciara, que algum dia lhe tocara...

Decidiu, que jamais voltaria a sofrer o transtorno do tempo, que jamais obedeceria ao seu ritmo cego e ditador que lhe matou tantos sonhos tantas esperanças...

Foi, não havia sequer outro rumo, nada lhe foi perguntado e foi...com toda a propriedade alguém decidiu por ela, sem escolha seguiu...

Resolveu, não se entregar, não acreditar, esquecer-se para esquecer a força que a foi matando lentamente...

Fechou, a porta que teimosamente insistias em manter entreaberta, os olhos ao negro e desvirtuoso cenário que despudoradamente construiram, os ouvidos às palavras que proliferam daqueles que tem sempre alguma coisa a dizer sobre o que desconhecem, porque acreditam piamente que a sua produção cerebral é vital para a sobrevivência do mundo...

E calou, o mundo, a dor, a tristeza, a desesperança, o desalento, a solidão, a desilusão, o frio, os tremores, as evasões, as invasões, as falsidades, as mentiras, as armadilhas, as manobras, o fingimento e acima de tudo o Amor...

Concluiu, entorpecida pelo balanço do querer sobreviver, que nunca lhe tinha ou seria reconhecido o seu objectivo último ao travar a batalha: não querer que mais ninguém sofresse, pelo menos não daquela maneira...esforço inútil...outros tentaram antes dela, foi a soma dos que não conseguiram...

Ergueu-se, desta vez certa que cairia outra vez, não sem deixar de reserva as forças para se reerguer as vezes necessárias, tantas quantas as vezes que a vida a tentará derrubar!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sabemo-nos e isso basta!

"Eu ando assim
Ando atrás de ti
Acordo assim
Na estrada em que vou
E a cada passo
Sei saber melhor
O que vejo…

Melhor não há
Do que a condição
De querer sonhar
E esta paixão…
E eu gosto e posso…

Reparo sim
Estou a ser feliz
E vem a mim
O que eu sempre quis
Está muito bem
Andar por aqui
É tanto…

E amanhã
Só vai ser melhor
Ficar também
Só com o amor
E eu gosto e posso…

Melhor não há
Que a condição
De querer sonhar
E esta paixão…
Eu gosto e posso…

Estou aqui onde eu sei
Sei como venho
E sempre vim
Caminhando até ti…
Chego sempre a fugir
Cheguei agora
E vim aqui…

Caminhando até ti…!"

Pucueno a vida dá aquelas voltas e acabamos sempre nos clichés do costume...só as memórias fogem disto, porque se constroem a elas próprias sem se confundir com outras, de outras almas, de outras forças!
A nossa persistência em construir essas mesmas memórias umas atrás das outras para ter a certeza que nenhuma delas nos vai trair, nenhuma delas nos vai deixar de fazer sorrir...nesta batalha, até onde sei e posso saber, temos saído vencedores.
O que temos e construímos é precioso e, agora vejo-o, com mais clareza do que algum dia me foi permitido ver...só posso estar grata por "nós"...porque nos compreendemos, porque nos socorremos e acima de tudo, sabes tão bem, porque nos sabemos...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

sábado, 23 de junho de 2007

Há coisas que fazem sorrir...



Não vale a pena...ninguém neste mundo consegue roubar aquilo que somos nós porque nos revelamos e porque revivemos o passado em coisas que o chamam ao seu renascimento breve, que rapidamente se dissipa! A grande vitória consiste em termos sido alguém para outros e jamais sermos esquecidos...
Se Aladino e Rei Leão foram os filmes da minha infância, Shrek é sem dúvida o da minha alegre e vitoriosa juventude...fui feliz, fui amada e amei ao som de I´m a Believer:) Venha Shrek 3 tou disposta a ser feliz outra vez...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Genial...doloroso...



"Essa menina, essa mulher, essa senhora, em quem esbarro a toda a hora, num espelho casual, é feita de sombra e tanta luz, de tanta lama tanta cruz...que acha tudo natural!"

A verdadeira Amiga

Minha querida amiga Lau:

"Tu és divina e graciosa, estátua majestosa
Do amor, por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor

Se Deus me fora tão clemente aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração, junto ao Meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral
Oh alma perenal do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te...!"

Linda doce e meiga amiga, merecias que um homem te dedicasse este poema, mas não deve haver homem no mundo que te goste como eu...de qualquer maneira és merecedora desta musica, deste poemas e todas as músicas e poemas que falem de verdade, de ternura, de amizade, de saudade e até de dor, mas sobretudo de Amor!!
Tu és apaixonada pela vida, pela tua, pela vida daqueles que amas e a quem queres bem...
És exemplo para todas as mulheres, porque ninguém te pisa, ninguém abusa de ti...
És modelo de força para mim...a quem tantas vezes a força falta e o ar parece não existir...
Até que apareces tu (provalvelmente atrasada) e dizes: "Eu digo-te a tristeza! Vamos ao Blá apanhar a grandessissima e dormir depois (lá para as nove da manha) descansadinhas...!"...
Não há no obrigado dimensão suficiente para agradecer tudo o que tens feito por mim...como me defendes e compreendes até ao fim...sei que no dia "em que tudo acabar bem" tu estarás do meu lado, como estiveste no dia de "inferno" e o meu sorriso vai-se encher de graça e "vai-se oferecer-te" com toda a dimensão da gratidão e da feliceidade!
Muitos passarão por nós...poucos ficarão... o nosso nós é para sempre e no meio de tanta dor e tristeza, foi-me oferecida das melhores amigas que algum dia almejei ter!!

"You are so beautifull to me...´
Can´t you see?
You´re everything I hope for...
You´re everything I need...
You are so beautifull to me!!"

Quero-te bem...amo-te***

domingo, 10 de junho de 2007

Teresinha...

O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração!



Encanta-me o teu charme, como conheces tão bem as Mulheres,
apaixonadas...Amam dolorosamente acima de tudo independentemente de todos!
Compreendes bem como não quero nada...reservo-me esse direito!!

Prisão

Parece que o mundo se move a toque de caixa
Como se uma banda silenciosa e extasiada
Se divertisse, de uma forma marginal,
A marcar nossos tempos e nossos passos,
Como que ao som de uma marcha...

Não como outrora a marcha de liberdade,
Mas são sim passos, tempos, compassos,
Para os quais não temos resposta,
Andando meio perdidos
Ao bater da marcha...

Os pensamentos ficam confusos,
os olhos inertes fixam o objectivo,
Aproveitando o caminho, a mente vagueia
Procurando a obcecada ordem, escapa qualquer som furtivo,
Sem nunca perder o compasso da marcha...

Alguém achou que tinha o direito de nos roubar o caminho,
De decidir por nós, porque perante caos não se vive...
Será que se morre?? Porque sem regras nada resulta...
Será que falha?? Construiram-se as respostas antes das perguntas:
Ao ditar daquela marcha...

E assim funciona um mundo,
quando os dias parecem os mesmos
Pois alguém se lembrou que podia
fazer a ditadura saber a torresmos
E aquela marcha...

Depois há os teimosos,
Os que gritam, cantam,
Os que fervilham de ideias
Os que se livraram das mesmas teias
Andam ao som da marcha...sabendo que dela não fogem não!

terça-feira, 29 de maio de 2007

A Solidão é dos audazes...

A Solidão é dos audazes
O Amor é dos escolhidos,
não dos que escolhem, mas dos eleitos...
Eleitos por um outro coração que sabe que nada mais pode fazer para viver por inteiro sem aquele olhar, aquele sorriso, aquele cheiro...e as borboletas na barriga...
Quem viveu um grande Amor, não se basta com a possibilidade de vir a viver um outro.
Escolhe por companheiro a Solidão, e nalguns casos a Saudade...mas Saudade é má conselheira...a Solidão é fiel amiga...

Divide-se a vida entre a Solidão e o Amor esperando que eles não se encontrem, nunca num só mesmo coração.

Quando a Solidão é assaltada, é assaltada pelo Amor, mas por:
um Amor sólido, não porque ja o é, mas porque sabe que o será
um Amor puro, porque vem sem passado, sem dores remetidas ao esconderijo
um Amor honesto, porque não pensa porque será, sente que será
um Amor arrebatador, por ele não se esperava, não se ansiava
um Amor amado, porque quem foi assaltado pelo Amor, foi audaz, ouviu e se embalou na melodia da Solidão...

O Amor é dos escolhidos
A Solidão é dos audazes!!

Finalmente, como sempre, como antes,
encontrei o caminho de onde não devia ter saído!

domingo, 27 de maio de 2007

"Ganha-se a vida perde-se a batalha"

Nos trilhos obscuros que se atravessam, tudo se justifica, tudo se aceita, com uma passividade cruel de quem não pensa por si, mas pensa por todos!
Quero por isso mesmo homenagear os perdedores das inúmeras batalhas da vida, que nunca perderam a dignidade nem os seus valores, e que por isso mesmo ganharam a vida...todos os anónimos despojados de si para o ser para os outros sem se confundir com eles! Com um pensamento seu, construído pelos seus sacrifícios, dores, ensinamentos, euforias...alguém que é tão só igual a si, e nisto mesmo inimitável...
Faço uma homenagem aos homens e mulheres de rostos desconhecidos, porque não fizeram como os outros, pelo caminho dos outros, o "normal" caminho dos que pensam igual. Todos os que o negaram, que o negam e que o negarão até não conseguirem dizer mais não, até a sua boca se calar involuntariamente.
Às vezes torna-se difícil ser-se fiel a si mesmo sem pensar que somos um nada a remar contra tudo e todos, mas ninguém mostrou o caminho claro a quem ousa, e não se trata de um qualquer ousar, mas sim um ousar por acreditar...
Assim, muitos perderam batalhas, ganhando a própria vida...

sábado, 26 de maio de 2007

Raras são as palavras...

"O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo."
Dom Casmurro de Machado de Assis
Desperto para a literatura de forma sui generis, como que um acordar para um vício que sempre me habitou desde que me reconheço e me sinto...agora que não me conheço, nem me sinto invade-me a sede, de palavras que não são minhas, não são do meu tempo, do meu espaço, da minha realidade...mas só não o são, porque nasci, cresci e vivo em tempos espaços e realidades diferentes daquelas que leio. Desejei, por mais do que uma vez, ter sido eu a autora de tantas frases que nos esmagam, ou por acreditarmos que são verdades insofismáveis, ou por que queremos acreditar que acreditamos na sua veracidade insofismável...porque nos conforta. As verdades universais, as grandes frases, os grandes ditos fascinam o homem mais sedento, que se deixa ficar por breves momentos, iludido com a ideia de ter matado a sua sede...por milésimos de segundo! Nem que sirva unicamente para matar a sede por milésimos de segundo, muitos almejam ser os autores, os pensadores, a fonte das frases que confortam almas...partindo do princípio que estas existam.
Discorro estes pensamentos por não os querer conter mais em mim, não porque sejam importantes, mas porque não me apetece calá-los! Machado de Assis, pela graça do ano de 1899, antecipou-se e publicou as sábias palavras que eu gostava de ter escrito...

O mundo

"O mundo é pequeno pra caramba
Tem alemão, italiano, italiana
O mundo filé milanesa
Tem coreano, japonês, japonesa

O mundo é uma salada russa
Tem nego da Pérsia, tem nego da Prussia
O mundo é uma esfiha de carne
Tem nego do Zâmbia, tem nego do Zaire

O mundo é azul lá de cima
O mundo é vermelho na China
O mundo tá muito gripado
O açúcar é doce, o sal é salgado

O mundo caquinho de vidro
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente

Porque você me trata mal
Se eu te trato bem
Porque você me faz o mal
Se eu só te faço o bem

Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas
Everyboby is filhos de God
Só não falamos as mesmas línguas
Everybody is filhos de Gandhi
Só não falamos as mesmas línguas."

Paulinho Moska,
porque há sempre alguém que lê os nossos pensamentos!
"Despite all my rage, I am still just a rat in a cage"

2º andar, direito

"Ele vinte anos, e ela dezoito
e há cinco dias sem trocarem palavra
lembrando as zangas que um só beijo curava
e esta história começa no instante
em que o homem empurra a porta pesada
e entra no quarto onde a mulher está deitada
a dormir de um sono ligeiro

E no quarto, às cegas,
o escuro abraça-o como a um companheiro
que se conhece pelo tocar e pelo cheiro
e é o ruído que o chão faz que lhe traz
o gosto ao quarto depois de uma rupturaf
faz-lhe sentir que entre os dois algo ainda dura
dos dias em que um beijo bastava

E agora, da cama
vem uma voz que diz sussurando: És tu?
e a luz acende-se sobre o braço nu
e a mulher pergunta: A que vens agora?
é que não sei se reparaste na hora
deixa dormir quem quer dormir, vai-te embora
amanhã tenho de ir trabalhar

Não fales, que o bebé ainda acorda
não grites, que o vizinho ainda acorda
e não me olhes que o amor ainda acorda
deixa-o dormir, o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais

E o homem de pé
parece um rapazinho a ver se compreende
e grita e diz que ele também não se vende
que quer a paz mas de outra maneira
e nem que essa noite fosse a derradeira
veio afirmar quer ela queira ou não queira
que os dois ainda têm muito a aprender

Se temos...! diz ela
mas o problema não é só aprender
é saber a partir daí que fazer
e o homem diz: Que queres que responda?
Não estamos no mesmo comprimento de onda...
Tu a mandares-me esse sorriso à Gioconda
e eu com ar de filme americano

Somos tão novos, diz o homem
e agora é a vez de a mulher se impancientar
essa frase já começa a tresandar
é que não é só uma questão de idade
o Amor não é bilhete de identidade
é eu e tu, seja quem for, ter vontade
de mudar e deixar mudar

Não fales, que o bebé ainda acorda
não grites, que o vizinho ainda acorda
e não me olhes que o amor ainda acorda
deixa-o dormir, o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais

E assim se ouviu
pela noite fora os dois amantes falar
e o que não vi só tive que imaginar
é preciso explicar que sou eu o vizinho
e à noite vivo neste quarto sozinho
corpo cansado e cabeça em desalinho
e o prédio inteiro nos meus ouvidos

Veio a manhã e diziam
telefona ao teu patrão, diz que hoje não vais
que viveste uns dias assim tão brutais
e que precisas de convalescença
sei lá, inventa qualquer coisa, uma doença
mete um atestado ou pede licença
sem prazo nem vencimento, se preciso for
(Espero que não seja preciso, porque não
sei como é que eles vão viver sem os dois
salários...)

Vá fala, que o bebé está acordado
o vizinho deve estar já acordado
e o Amor, pronto, também está acordado
mas tem cuidado, trata-o bem
muito bem, de mansinho
que ainda agora vai pisar outro caminho"

Uma capacidade inesgotável de brincar com as palavras, de contar histórias de forma inimitável com os pés na realidade!
O único, igual a si mesmo, fiel aos seus ideiais:
Sérgio Godinho!!:)

domingo, 29 de abril de 2007

Passagem...

Entraste na minha vida como entra a madrugada e quase em surdina saíste iluminado pela aurora...
como marca deixaste um sorriso,
como assinatura a promessa de amizade!
Não podia deixar de te prestar uma homenagem merecida, afinal mostraste-te desapossado de tudo e trouxeste na mala um coração repleto de bonitas lições e nobres sentimentos... bateste na minha consciência e relembraste, a este espiríto surdo e quase quase mudo, que há pessoas que valem a pena, pessoas de valor e com valor!!
Lembro-me de ti carinhosamente e sempre que me lembro tu apareces estendes-me a mão e propões umas horas bem-passadas sem nada pedir em troca...nada fiz para te merecer, mas ensinaste-me que as pessoas não têm aquilo que merecem, devem aprender sim com o que lhes acontece.
Obrigada, de um obrigada que por si só é pouco, mas é doce e grato como poucos que te disseram na vida!
Gosto de ti, como quem gosta de sábado!

quarta-feira, 21 de março de 2007

I used to believe in a few things...

"I believe in a few things :
God, the Devil and Love,
Cause I've looked up from the bottom and I've stared down from above.
And I have faith in a few things :
Divinity,Divinity and Grace,
But even when I'm on my knees, I know the devil prays.

And you're working your way,
From the ground on down.

I hate to say I love you,
Because it means that I will be with you forever or will sadly..., say goodbye.
And I love to say I hate you,
Because it means that I will live my life happily without you or will sadly..., live a lie.

And you're working your way,
From the ground on down,
On down.
Your way,
From the ground on down.

Life is short and if you're looking for extension,
With your time, you had best do well,
Cause there's good deeds and there is good intention,
They're as far apart as heaven and hell.

And you're steady working your way,
From the ground on down,
On down.
Your way,
From the ground."

O inconfundível Ben Harper

terça-feira, 13 de março de 2007

E quando dá aquela vontade de por uns tempos deixarmos de ser nós... ou de dormir por muito tempo sem mais nada...sem mais vontade...

Se...

Se nada disto for real. nem a dor que sinto nem a felicidade que se proclama. nem sonhos. nem desejos. nem aspirações. o nada. o tudo...ser real! Como se poderá encontrar um sentido para alguma destas coisas se nada disto sequer dominamos...nada está ao nosso alcance porque simplesmente não há nada que possamos controlar quando se trata de "emoções".
Há quem as enterre. há quem as esqueça. quem as pretenda. quem as finja...como saber em que ponto estamos?!? Serei eu quem finge, será o outro, quem dará respostas a estas perguntas tolas que invadem a mente de mais um qualquer alguém que desistiu de se contentar com as filosofias de outro qualquer alguém...certezas, essas garanto, não as há e não é preciso viver muito para o saber. Para saber que não se pode acreditar. para saber que não se pode confiar. que não se pode não aceitar. muito menos que se pode sonhar...há sempre algo ou alguém com o desejo sádico de nos cortar as asas, de nos impedir de respirar!!
Dizem (reparem que dizem, tudo na base de suposições de quem pretende convencer outros que percebe dos "assuntos da vida") que não há boas nem más pessoas, que há simplesmente pessoas! Pessoas que podem fazer coisas boas ou más... nao sei responder a tão brilhante raciocínio, que mais parece uma falácia de conceitos do que um aprofundar de substracto, sei apenas que conheci pessoas, como tanta gente conheceu, que têm tendência para fazer más coisas, que invejam e sobrevivem à custa da infelicidade dos outros; como também conheci pessoas que não conseguem ser felizes porque o mundo não é feliz...
As primeiras para mim serão as más pessoas ou pessoas que fazem coisas más (como se de uma criança se tratasse), já as outras serão as pessoas com as quais eu pretendo conviver o resto da minha vida!!!
Se não se pode ter certeza da realidade de tudo o que nos acontece de bom e de mau, de feliz ou infeliz, eu tenho comigo a certeza de que sei quem sou. podendo não saber para onde vou, nem sequer se vou, sei e posso dizê-lo que eu sou aquilo em que acredito, sou as minhas dores, as minhas mágoas, minhas alegrias e minhas gargalhadas e tenho orgulho em ser quem sou!!

sábado, 10 de março de 2007

Sem saber bem como...

Sem saber bem como as lagrimas secaram...
sem saber bem como os pensamentos voaram...
sem saber bem como a alegria voltou
E o sorriso sai sem querer da boca, num jeitinho de quem se quer desculpar!

Sem saber bem como a brisa da manha entrou...
sem saber bem como um raio de sol me tocou...
sem saber bem como desaprendi a infelicidade
E desaprendo em passos pequenos, num jeitinho de quem nao se consegue equilibrar!

Sem saber bem como tudo fez sentido...
sem saber bem como o sentimento ficou vazio...
sem saber bem como aceitei como natural
E aceitei sussurando, num jeitinho de quem sabe que nada mais se podia esperar!

Vida madrasta tornou-se rainha
O sonho de tao sonhado tornou-se real
E parto rumo à minha vida, ciente,
Da eterna luta entre bem e mal!

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Como uma ilha

"Tu és todos os livros,
Todos os mares,
Todos os rios,
Todos os lugares.
Todos os dias,
Todo o pensamento,
Todas as horas
O teu corpo no vento.
Tu és todos os sábados,
Todas as manhãs,
Toda a palavra
Ancorada nas mãos.
Tu és todos os lábios,
Todas as certezas,
Todos os beijos
Desejos, princesa.
Como uma ilha,

Sozinha...
Prende-me em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra
Como fogo na mão,
Como vou esquecer-te,
Como vou eu perder-te,
Se me prendes em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra,
Como fogo na mão,
Como vou eu lembrar-te
Se a metade que parte
É a metade que tens.

Tu és todas as noites,
Em todos os quartos,
Todos os ventos
Em todos os barcos.
Todos os dias
Em toda a cidade,
Ruas que choram
Mulheres de verdade.
Tu és só o começo
De todos os fins,
Por isso eu te peço
Fica perto de mim.
Tu és todos os sons
De todo o silêncio,
Por isso eu te espero
Te quero e te penso.

Como uma ilha,
Sozinha...!"

Porque tanto fica por dizer...e por fazer...

"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei-de partir
Se, ao te conhecer, deu pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir.

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça teu vestido
E o meu sapato ainda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que te estás fazendo de tonta
Te dei meus olhos para tomares conta
Agora como hei de partir..."

Tom Jobim, o rei da poesia