domingo, 12 de agosto de 2007

Convicção...

Não fales do meu jeito
Não fales do meu sorrir
Nem do meu olhar
Não fales da minha pele
Não fales do meu cheiro
Nem das minhas mãos
Não fales do meu respirar
Não fales do meu toque
Nem do meu beijo
E, por favor, não digas que sou bonita
Em momento algum digas que sou bonita

Todas as frases que te ensinaram
Todos os sítios conhecidos e revisitados
Todos os gestos e momentos mais que vividos
Todos os dizeres gastos de tanto uso
Todos os "fazeres" já enervantemente repetidos
Todos os beijos, todos os abraços, todos os enlaços decalcados em tantos outros...todos os "amo-tes"... nem te atrevas a dizer assim que me amas...sem a dignidade de uma letra maiúscula, tal como um ateu fala de deus...

Tudo o que nos pertencer tem de ser novo, em nada semelhante aos que nos antecederam e aos que nos irão suceder, porque a minha natureza é selvagem, eu sou inteira e vivo assim diferentemente do que algum romance algum dia te poderá ensinar... porque em nenhuma mulher encontrarás uma igual a mim, é de mim, discorre de mim, é-me inerente a realidade de nunca preencher uma personagem-tipo...

Aviso-te que não será nada fácil...os dias não vão ser todos de felicidade, muitos serão os dias desesperantes e infelizes que viverás comigo, mas nos dias felizes nem vais conseguir acreditar que é possível viver assim, e o teu coração vai disparar e a tua respiração não te vai acompanhar...simplesmente porque não dá para ser de outro modo...

Independentemente da vida que te espera, e daquelas que me sucederão, a lembrança de mim, de ti, de ti comigo e de nós e da nossa história perdurará, pelas suas inconstâncias, pela sua intensidade, porque nunca será uma comunhão de estabilidade...desconheço o seu significado e ela nunca fará parte da minha vida não preciso dela e não a quero...
Vais-me culpar porque nunca mais teres sorrido daquela forma, por nunca mais te teres deixado dominar pela paixão, por nunca mais "gargalhares" de uma felicidade despida de qualquer conceito exterior ao que simplesmente sentes, por não encarares de novo a vida com o nosso optimismo...mas não me vais acompanhar e não vais aguentar...apesar de nenhum projecto ser tão viável e nenhum Amor tão real...

Aí tu não vais querer mais, e não sejas complacente comigo porque eu nunca serei contigo, manda-me embora...e eu vou sem nunca mais voltar (a olhar) para trás!



2 comentários:

Catarina disse...

A convicção que tantas vezes nos falta! Aquela que nos permite que nenhum dos nossos passos seja dado em falso... aquela que nos permite não nos arrepender! Aquela que nos rasga as entranhas para termos acima de tudo orgulho em nós! Aquela que faz de um desafio a vida! Aquela que tantas vezes chamo e me falha... aquela que queria tantas vezes esquecer e está sempre presente!

O beijo que tantas vezes faz a convicção desaparecer e prevalece assim o desejo...

Amo-te*

Bruno disse...

Porra. E escrevo o "porra" quase arrepiado. Quase anestesiado pelo que li.
Porra por tudo o que aí está escrito.
Porra por tudo o que não está.
Porra pelo que está por trás do texto (salvo seja).

Mas no fundo... no final de contas... que se lixe. És mais forte do que isso. És mais forte que tudo. És mais forte que todos. És mais forte que eu.
És rapioqueira! (do q m foste lembrar...)
Mas és mesmo isso... És a alegria da criança, és o bem-estar que se sente quando se está de paz com o mundo.
Fazes-me bem, mesmo sem falares comigo, mesmo sem estares comigo, mesmo sem ter noticias tuas. Fazes-me bem porque és. Porque és minha amiga. Porque existes.

Gosto - muito - de ti, PORRA!
[repara na obsessão e demência - impedimento matrimonial? (a bela e mesmo muito propositada piada jurídica) - de começar e terminar com a mesma palavra... Só de alguém mto doente... Tive mesmo para usar outra palavra, aquela que diria, se não estivesse a escrever... Mas entretanto comi uma goma e achei melhor não.]
(Ah e já me esquecia... Porra!)