sábado, 14 de julho de 2007

Fim

Saiu, sem hesitar, sem olhar para trás, o calor do sol pareceu-lhe mais gelado de qualquer amanhecer invernal que algum dia presenciara, que algum dia lhe tocara...

Decidiu, que jamais voltaria a sofrer o transtorno do tempo, que jamais obedeceria ao seu ritmo cego e ditador que lhe matou tantos sonhos tantas esperanças...

Foi, não havia sequer outro rumo, nada lhe foi perguntado e foi...com toda a propriedade alguém decidiu por ela, sem escolha seguiu...

Resolveu, não se entregar, não acreditar, esquecer-se para esquecer a força que a foi matando lentamente...

Fechou, a porta que teimosamente insistias em manter entreaberta, os olhos ao negro e desvirtuoso cenário que despudoradamente construiram, os ouvidos às palavras que proliferam daqueles que tem sempre alguma coisa a dizer sobre o que desconhecem, porque acreditam piamente que a sua produção cerebral é vital para a sobrevivência do mundo...

E calou, o mundo, a dor, a tristeza, a desesperança, o desalento, a solidão, a desilusão, o frio, os tremores, as evasões, as invasões, as falsidades, as mentiras, as armadilhas, as manobras, o fingimento e acima de tudo o Amor...

Concluiu, entorpecida pelo balanço do querer sobreviver, que nunca lhe tinha ou seria reconhecido o seu objectivo último ao travar a batalha: não querer que mais ninguém sofresse, pelo menos não daquela maneira...esforço inútil...outros tentaram antes dela, foi a soma dos que não conseguiram...

Ergueu-se, desta vez certa que cairia outra vez, não sem deixar de reserva as forças para se reerguer as vezes necessárias, tantas quantas as vezes que a vida a tentará derrubar!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sabemo-nos e isso basta!

"Eu ando assim
Ando atrás de ti
Acordo assim
Na estrada em que vou
E a cada passo
Sei saber melhor
O que vejo…

Melhor não há
Do que a condição
De querer sonhar
E esta paixão…
E eu gosto e posso…

Reparo sim
Estou a ser feliz
E vem a mim
O que eu sempre quis
Está muito bem
Andar por aqui
É tanto…

E amanhã
Só vai ser melhor
Ficar também
Só com o amor
E eu gosto e posso…

Melhor não há
Que a condição
De querer sonhar
E esta paixão…
Eu gosto e posso…

Estou aqui onde eu sei
Sei como venho
E sempre vim
Caminhando até ti…
Chego sempre a fugir
Cheguei agora
E vim aqui…

Caminhando até ti…!"

Pucueno a vida dá aquelas voltas e acabamos sempre nos clichés do costume...só as memórias fogem disto, porque se constroem a elas próprias sem se confundir com outras, de outras almas, de outras forças!
A nossa persistência em construir essas mesmas memórias umas atrás das outras para ter a certeza que nenhuma delas nos vai trair, nenhuma delas nos vai deixar de fazer sorrir...nesta batalha, até onde sei e posso saber, temos saído vencedores.
O que temos e construímos é precioso e, agora vejo-o, com mais clareza do que algum dia me foi permitido ver...só posso estar grata por "nós"...porque nos compreendemos, porque nos socorremos e acima de tudo, sabes tão bem, porque nos sabemos...